Olá colegas, tudo bem! Neste artigo darei continuidade a abordagem do tema da Mentalidade de Risco, presente na versão vigente da ISO 9001 e no novo Regimento do SiAC do PBQP-H (2018), onde irei compartilhar uma lição aprendida sobre como as empresas podem eliminar riscos de seus processos por meio da inovação e os dez passos necessários para implementá-la com sucesso.
Com a implementação de uma rotina de análise de riscos, muitas incertezas que podem impactar no resultado dos processos são identificadas e estudadas. Dentre as estratégias para abordar os riscos, conforme apresentei nos artigos anteriores, existe uma que está intimamente relacionada com a inovação.
Quando a decisão for “eliminar” o risco de um processo, a inovação é um caminho natural… Como por exemplo, cito a inserção de um equipamento em um processo de produção, feito antes quase artesanalmente, como o uso de argamassa industrializada em silo bombeável (versus a produção da argamassa convencional) ou a substituição de um componente/sistema por um industrializado como o uso de shaft hidráulico em EPS com kit PEX (ao invés de executá-lo da forma convencional em várias etapas). Assim, nesses exemplos, além de serem eliminadas algumas incertezas envolvidas com a qualidade, tais como a variabilidade na dosagem da argamassa, e falhas na locação dos pontos hidráulicos e variação dimensional dos shafts, também são mitigados riscos pertinentes a produtividade.
Porém, para desenvolver ou implementar uma inovação, ou seja, uma solução que melhora de forma substancial seu processo em relação à performance ou a valor agregado pretendido, é fundamental planejá-la e desenvolvê-la de acordo com os seguintes dez passos:
- 1° passo: pesquisar as boas práticas de mercado (quais equipamentos, componentes e sistemas disponíveis, quem já os utiliza, quais os problemas que eles podem criar no processo e confirmação dos benefícios potenciais com os usuários);
- 2° passo: fazer esboço do processo com novo equipamento, componentes ou sistemas e mapear os riscos e oportunidades envolvidos em sua implementação;
- 3° passo: relacionar os benefícios para empresa e para o cliente (proposta de valor da mudança, tais como redução do ciclo de produção, redução de custo em função do aumento de escala, redução significativa de falhas no processo, maior padronização e uniformidade do produto etc.);
- 4° passo: quantificar os recursos e investimentos necessários para implementá-la (aquisição e manutenção dos equipamentos, mudanças de layout da produção, consultorias, capacitação e implementação de novo processo etc.);
- 5° passo: testar o novo processo (em pequena escala ou fazer um protótipo) e fazer as verificações e ensaios necessários (confirmar atendimento a NBRs pertinentes);
- 6° passo: avaliar os resultados do teste, fazer os ajustes necessários e validar o novo processo com todas áreas envolvidas e Diretoria;
- 7° passo: implementar o novo processo na empresa (capacitação dos colaboradores e monitoramento de novas rotinas);
- 8° passo: avaliar a eficácia da inovação (por meio de auditoria e análise de dados do Sistema de Gestão);
- 9° passo: aplicar ações corretivas e promover ajustes necessários;
- 10° passo: analisar criticamente com a Direção os resultados da inovação implementada, compartilhar lições aprendidas, aperfeiçoar continuamente o processo e planejar recursos para novos projetos.
Em tempo, destaco que ainda existem outras formas de eliminar riscos com inovações sem necessariamente ter que inserir novos equipamentos no processo (mudança na especificação de insumos para suprimir etapas, implantação de nova sequência executiva para eliminar perdas por paradas na produção, implantação de soluções em TI, entre outras).
Enfim, com adoção da abordagem de riscos em suas rotinas e seguindo os 10 passos apresentados, sua visão sobre inovação irá se transformar… Você irá perceber que existem inúmeras oportunidades de você propor soluções, agregar valor e eliminar riscos em sua empresa por meio do desenvolvimento de inovações e que, com a simplicidade desses passos, irá derrubar as barreiras para implantar inovações, deixando-as ao alcance de todos os profissionais, desmistificando assim as crenças de que toda inovação é complexa e que envolve altos investimentos.
Espero que tenha gostado do artigo e que ele tenha contribuído para um maior entendimento sobre essa fase crítica da análise de riscos e planejamento das ações para abordá-los, e que o ajude a pôr em prática em sua empresa.
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Se houver algum tema ou dúvida que gostaria que eu abordasse nos próximos artigos, peço a gentileza que me envie no e-mail [email protected].
Muito obrigado pela atenção e um grande abraço!
Marco Guerra