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Alta de juros e carga tributária crescem entre as preocupações da construção civil, aponta CNI

Taxas de juros altas e elevada carta tributária só perdem para a falta ou o alto custo das matérias-primas na avaliação de empresários do setor

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Ana Luiza Tieghi, Valor Econômico – A sondagem da indústria da construção do segundo trimestre, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou pelo oitavo trimestre consecutivo a falta ou alto custo da matéria-prima como o problema mais citado pelos empresários do setor. Quase 48% dos entrevistados apontaram a questão, mas outros itens são cada vez mais lembrados.

Em segundo lugar aparece o item taxas de juros elevadas, citado por 29,8% das pessoas que responderam a pesquisa. Em terceiro, a elevada carga tributária foi ressaltada por 23,7% dos entrevistados. Os dados foram divulgados em coletiva da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), nesta segunda-feira (25).

Desde o terceiro trimestre do ano passado, o item sobre taxa de juros tem crescido na preocupação dos empresários, subindo a cada nova pesquisa. O mesmo acontece com a preocupação sobre carga tributária, que tem se elevado desde o quatro trimestre de 2021.

“Quase 30% dos empresários apontam que juro é um dos maiores problemas do setor, e a tendência é que esse patamar continue se elevando”, afirmou Mário Sergio Telles, gerente-executivo de economia da CNI, durante o evento da Cbic. “Esperamos que ano que vem esse aumento de juros possa ser interrompido, se ele for paralisado agora e revertido em 2023, o setor pode continuar crescendo”, completou.

A Cbic também mostrou o aumento de alguns insumos, de acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado pela FGV. No primeiro semestre, o cimento portland comum foi o campeão de alta, de 16,8%, seguido pela massa de concreto (15,5%) e pedra britada (13,5%).

Ao se analisar a variação de preço dos últimos 12 meses, até junho, as maiores altas são da argamassa (27%), massa de concreto (25,6%) e elevador (21,6%).

Apesar dessas preocupações, as atualizações anunciadas recentemente no programa Casa Verde e Amarela (CVA), que devem elevar a contratação de novas obras para moradia de baixa renda, motivaram a Cbic a revisar, pela segunda vez neste ano, sua expectativa para o crescimento do PIB da construção civil. A previsão inicial era de 2%, mas agora passou para 3,5%. Em 2021, o PIB do setor cresceu 9,7%.  

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