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Selic de volta aos dois dígitos: como fica o mercado imobiliário?

Especialistas analisam as perspectivas para financiamento de imóveis e ações do setor na bolsa

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Embora a Selic não seja a taxa praticada nos financiamentos de imóveis, ela influencia os juros cobrados pelas instituições financeiras neste tipo de operação.

Isaac de Oliveira, Estado de S. Paulo. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 10,75% ao ano na última quarta-feira (2). Esta é a primeira vez, desde julho de 2017, que a taxa básica de juros do Brasil retoma o patamar de dois dígitos. Mas o que isso representa para o mercado imobiliário em termos de impacto?

Especialistas ouvidos pelo E-Investidor reconhecem que a alta da Selic tende a encarecer as taxas praticadas nos negócios imobiliários, mas estimam que a elevação dos juros não deverá causar estragos na concessão de crédito e nas ações ligadas ao setor negociadas na bolsa de valores.

“A tendência é de desacelerar o ritmo do financiamento imobiliário. Não tem muito jeito”, avalia Pedro Tenório, economista da DataZAP+. Para ele, embora a Selic não seja o único componente na equação do crédito imobiliário, influenciado também por outros fatores macroeconômicos, o arrefecimento na concessão de crédito é natural com a subida da taxa, do mesmo modo que a queda gera um estímulo positivo.

A leitura de Tenório vai de encontro às expectativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que espera uma desaceleração dos volumes de financiamentos imobiliários neste ano. A entidade estima alta de 2% nos financiamentos em 2022. No ano passado, período em que a Selic saiu de 2% para 9,25%, a alta dos volumes foi de 46%, em relação ao apurado de 2020 (R$ 175 bilhões).

Mesmo crescendo em ritmo menor neste ano, caso se confirme a projeção da Abecip, o setor atingiria o seu recorde histórico, de R$ 260 bilhões, superando o volume registrado em 2021 (R$ 255 bilhões). É daí que vem o otimismo da entidade, apesar do quadro que se desenha, de elevação dos juros ao longo de 2022.

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