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Barreiras para um Brasil viável na construção civil

O custo Brasil destrói a possibilidade da geração de edificações industrializadas de menor custo, com melhor qualidade, mais sustentáveis e com grande rapidez

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Segundo o World Economic Forum (2016), através do relatório “Shaping the Future of Construction. A Breakthrough in Mindset and Technology”, a população mundial cresce, em média, 200 mil pessoas por dia, nas áreas urbanas. Todo este contingente humano precisa de infraestrutura para habitação, infraestrutura social, transporte, saúde, educação e serviços públicos.

Conseguir empreender e sobreviver à hostilidade e insanidade de uma estrutura tributária injusta e complexa, bem como à burocracia, à insegurança jurídica e ao custo Brasil, me remete à imagem de um pequeno barco à vela num maremoto.

Sabemos que o setor de construção é extremamente fragmentado. Mas precisamos da compreensão e atenção imediata das principais entidades setoriais (são mais de 600), atuando através de uma única voz, em prol desta causa.

No âmbito estrutural, o Brasil perde não somente pela alta qualidade e criatividade de pesquisadores, profissionais e empreendedores que depois de investir tudo o que possuem e de experimentar essa enorme “montanha russa”, desestruturada e fragilmente construída sobre um oceano de tubarões, se cansam e abandonam suas ideias brilhantes e os seus sonhos.

O custo Brasil interrompe este considerável empenho de qualidade humana e intelectual – rara e preciosa – e destrói a possibilidade da geração de edificações industrializadas de menor custo, com melhor qualidade, mais sustentáveis e com grande rapidez. Isso significa fazer muito mais com menos recursos.

Segundo o World Economic Forum (2016), através do relatório “Shaping the Future of Construction. A Breakthrough in Mindset and Technology”, a população mundial cresce, em média, 200 mil pessoas por dia, nas áreas urbanas. Todo este contingente humano precisa de infraestrutura para habitação, infraestrutura social, transporte, saúde, educação e serviços públicos.

De acordo com estudo recente realizado pelo economista Robson Gonçalves, professor da FGV, a pedido da ABRAINC, o déficit habitacional brasileiro, que era de cerca de 7,8 milhões de moradias em 2019, deverá chegar a 30,7 milhões de novas residências até 2030.

O fato é que os métodos construtivos em uso, não têm se mostrado capazes de gerar ganhos de produtividade suficientes para resolver problemas desta magnitude. Além disso, a construção tradicional reúne processos cercados de incertezas, não garante previsibilidade de custos e prazos, sendo frequente o retrabalho, os atrasos de projetos e de cronogramas de obras. Como consequência, além dos problemas de qualidade, é inevitável que ocorram aumentos de custos de construção e com o retrabalho. E como se não bastasse, o cliente, altamente insatisfeito, herda uma conta elevada com despesas de manutenção, após o final do período de garantia.

Conforme resultados de um vasto número de empreendimentos em todo o mundo e recomendação de relatórios de grandes consultorias multinacionais, uma solução eficaz e precisa para problemas desta magnitude somente poderá ser obtida através da construção off-site e da construção modular.

Mas como viabilizar a industrialização da construção no Brasil? Os pontos acima falam por si e as barreiras para o Brasil viável precisam ser superadas.

Mais do que isso, o custo Brasil é um tiro no pé do País, que perde competitividade no cenário internacional, inviabilizando a exportação de produtos brasileiros de altíssima qualidade. Enquanto isso, com a moeda nacional desvalorizada, o comércio de produtos estrangeiros no território brasileiro, muitas vezes de qualidade inferior, explodem!

O Brasil deixou de ser colônia há séculos, para insistir tanto na exportação de commodities e de matérias primas. Ou enxergamos isso logo, ou ficaremos à mercê dos tubarões famintos, sendo projetados da nossa famigerada montanha russa, na sua primeira curva, em forte aceleração centrípeta.


Peço aos colegas que compartilhem este artigo através de suas redes, para todos os representantes públicos que elegeram e, sobretudo para todas as entidades setoriais voltadas para a Engenharia, Arquitetura, Construção e Incorporação. Sem mobilização, não haverá solução.

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