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Guia prático sobre BIM: 4 Princípios para a quantificação de orçamentos

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BIM Business team hands at work with financial reports and a laptop

BIM Business team hands at work with financial reports and a laptop

Tenho utilizado da ferramenta  BIM em orçamentos, para quantificação de projetos na área da engenharia civil. Ainda me surpreendo com o impacto que tal ferramenta proporciona a um engenheiro, criado na rotina cartesiana dos eixos (X,Y) –  o conhecimento de uma metodologia que vem apresentar todas as imagens, até então somente imaginadas, pelo treino da geometria descritiva.

À medida em que  fui tomando conhecimento, foram se “materializando” as etapas de uma construção, e em segundos, atualmente é possível visualizar todos os projetos e seus detalhes.

Sempre que tenho oportunidade, esclareço  que, o  orçamento é uma equação de duas incógnitas:

ORÇAMENTO = QUANTIDADE * PREÇO

para sua solução deverá ser “fixada” pelo menos  uma delas (como a antiga álgebra nos ensinou). Escolhi fixar as informações de quantidades.

Desta forma, quanto mais informações e  conhecimento no início do processo da construção, menos serão as surpresas ao seu final. Isto também se aplica na orçamentação.

Na atualidade, profissionais envolvidos, arquitetos , engenheiros, projetistas, executores, bem como os CLIENTES estão  tendo a oportunidade de vislumbrar o produto final,  bem antes de acontecer na prática. Para chegar à esta visualização, tem sido  necessário passar virtualmente por todos os detalhes e informações construtivas .

Ou seja, os IDEALIZADORES e  ORÇAMENTISTAS,  em tese, devem ter a mesma visão do PRODUTO e estarem alinhados em sua forma com as expectativa do CLIENTE. Como  tenho resolvido estas questões?

Tenho  usado da leitura eletrônica para quantificar, usando de tecnologia BIM , com relativo sucesso nas precisões dos QUANTITATIVOS.

Ao desenvolver estes conhecimentos fui criando alguns conhecimentos fundamentais para não frustrar a mim mesmo, ou culpar os softwares de não ter obtido o resultado (retorno)  esperado e que  venho expondo, em todas as oportunidades que me é possível,  como PRINCÍPIOS. São eles:

 

Primeiro Princípio – As quantidades são espelhos dos projetos.

Para atender tal princípio, há algumas  condições fundamentais:

  • Que os projetos sejam entendidos – Será necessário a possibilidade de ver os projetos em 3D e em 360 graus, tanto verticalmente como horizontalmente. Além de ser possível entrar virtualmente nos ambientes e promover alterações em tempo real, simulando as etapas construtivas, com sequências executivas e objetivos bem definidos (o que se denomina construção virtual). Vale lembrar que a etapa de criação   de um projeto passa por, pré- projeto, projeto legal, projeto básico e os projetos executivos (hoje, com a tecnologia BIM, identificadas por ND, de 100 a 500). As respostas das quantificações  seguirão os níveis  das  informações dos projetos, e, supõe-se completas para cada etapa.
  • Que os projetos estejam finalizados – A visualização do projeto em 3D contribui para a verificação do projeto, evitando distorções de custo, decorrentes da ausência de informações.
  • Que os projetos sejam expressos em números, textos e desenhos – Em cada etapa da construção virtual  que irá ser quantificada, os elementos projetados deverão, além das peças gráficas, estarem disponíveis numericamente (esta é a principal condição da tecnologia BIM, para orçamentação).

Assim, no pré-projeto (ND 100) serão quantificados elementos disponíveis neste nível de informação. Nos básicos (ND 300/350/400), as informações numéricas serão mais detalhadas e expressas numericamente e, assim sucessivamente com relação às informações numéricas do Executivo (ND500). Ainda não se sabe a forma de colocar informações de um pré-projeto (ND100) e quantificar como executivo (ND 500).

 

Segundo Princípio – Os instrumentos das informações que usamos são meios, não fins.

Para o conforto, ou desconforto, de qualquer início de utilização de um instrumento, é sempre bom lembrar que o importante é o RESULTADO.  Assim ao usar um software com tecnologia BIM, não queira dominar sua operação ao extremo, mesmo porque não vai conseguir, mas tenha em mente quais as “ferramentas” que nele existe, para sua finalidade. Resumindo:

Arquitetos e Projetistas, as “ferramentas” serão voltadas principalmente para criação,

Engenheiros as “ferramentas” serão voltadas  principalmente para os dimensionamentos,  aos

Engenheiros  orçamentistas as “ferramentas” serão voltadas principalmente às quantificações.

E posso assegurar que com a Tecnologia BIM, é possível distinguir bem essas finalidades. De nada adiantará  querer dominar TODAS  as ferramentas, ser um expert de operação de software, se sua finalidade  não for  respondida.

Assim  o que estou abordando aqui, é o conhecimento que o engenheiro orçamentista deve ter,  dos quantitativos da obra, dentro de uma razoável precisão.

 

Terceiro Princípio – Ao utilizar qualquer programa (software), o arquiteto, o engenheiro, o orçamentista e o cliente, não precisam ser programadores, ou analistas de sistemas, mas simples mortais com suas especialidades técnicas.

Se, ao operar um sistema, for necessário o domínio de programação, ou análise de sistema, desista deste software. Aprendi a muito custo a atentar para as informações de entrada e, conferir as informações saídas, tendo conhecimento de ordem de grandeza e conceitos técnicos, de forma a avaliar tais informações. Mas fique atento, muitas vezes, um  simples erro de digitação, ocasiona incompatibilidades identificáveis somente por conhecimento técnico.

 

Quarto Princípio – Os programas (softwares) devem ser ágeis, permitir simulações e fornecer esperados rapidamente.

Os resultados obtidos, quando não estão dentro das expectativas numéricas, devem ser facilmente operáveis, para reeditar as informações ou modificá-las  rápida e agilmente.

Quando os passos para o retrabalho for igual ao inicial,  sugiro duas formas de resolver, ou verificar uma ferramenta  existente, não identificada e que esteja disponível, ou  então a troca de software.

 

Espero que esses princípios contribuam para aliviar as “neuras” dos uso dessa tecnologia. No próximo artigo desse Guia Prático sobre BIM, abordarei o que se tem e o que se quer com o BIM.

Até lá!

Pedro Badra

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Engenheiro civil formado pela Universidade Mackenzie em 1967, trabalhou inicialmente como engenheiro de obras e diretor de construtora; especializou-se na área de gestão de empresas de construção. Em 1984, fundou o SBD (Sistema Badra de Dados & Associados, escritório do qual é diretor até hoje) para prestar consultoria em elaboração de orçamentos de obras com uso da informática. Na década de 1990, foi coordenador e diretor da divisão de informática do Instituto de Engenharia. Atualmente, é um dos principais defensores do uso do BIM (Build Information Modeling, sistema em que o levantamento de quantidade é feito com base em desenhos tridimensionais) no Brasil. Em 2014 a 2017 Assessor da Presidência no Instituto de Engenharia para assuntos de BIM,Coordenou mis de 70 palestras sobre BIM na Engenharia, Palestrante sobre Orçamento com uso de BIM.2015 Reconhecido pelo IBEC e acreditado por International Cost Engineering Council, como Notório Saber em Engenharia de Custo .Tendo em seu acervo mais de 4 milhões de m² de obras orçadas.

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