Os dois são corretos, mas é errado designar uma fonte* simplesmente por sua potência. (*qualquer tipo de produto que emita Luz, uma luminária ou lâmpada, que pode ser fluorescente, incandescente ou led tem como sua grandeza de medida de luz, que é o Fluxo Luminoso).
Em matéria de iluminação a potência não quer dizer muita coisa. Se estivermos falando da grandeza elétrica, potência é relacionada ao consumo por KW/h, e é extremamente necessária para o dimensionamento de circuitos, mas a LUZ tem grandeza própria, e quando falamos de quantidade de LUX, devemos nos habituar a expressar-nos em Fluxo Luminoso, que pode ser quantificado em lumens ou em candelas. E para complicar um pouquinho esta equação, seu resultado é medido em LUX.
Antigamente, com as lâmpadas incandescentes, a maioria dos fabricantes tinha resultados parecidos, e qualquer lâmpada de Edson, tipo incandescente de 100W tinha um Fluxo Luminoso de 1380lm, valor que foi reproduzido posteriormente pelos tubos de lâmpadas fluorescentes de Nicola Tesla. Era mais fácil de referirem-se as potencias por tecnologia porque as variações não eram muito grandes, mas se estamos falando de Luminotécnica, de verdade, é melhor entender sua principal grandeza.
Com a tecnologia LED, as fontes são muito diferentes, existe uma infinidade de tipos de diodo emissor de luz (LED), e cada um tem um resultado diferente em eficiência. Existem leds de 70lm/W e outros de 250lm/W, portanto quando eu falo em leds, preciso avaliar direitinho qual tipo de led estou utilizando e qual é o fluxo luminoso do produto para não errar feio na aplicação.
Costumo explicar que a luz, tem volume, gosto de fazer uma analogia entre a luz e a água.
Hipoteticamente se estou regando um jardim, e preciso jogar a água mais longe, eu aumento a pressão da água simplesmente diminuindo a saída da mangueira. Com a luz eu posso fazer a mesma coisa, se eu preciso chegar com uma luz mais longe, eu diminuo o ângulo da fonte.
Vou fazer um exemplo ilustrativo comparando 2 fontes de luz; hipoteticamente projetores para uma loja de varejo. Ambos os projetores tem Fluxo luminoso de 1.000lm (lumens), mas tem lentes com ângulos diferentes.
Com uma lente de 46°, meu alcance vai ser de 2.500cd (candelas) cujo resultado de iluminação medida a 3 metros da fonte será de 160 lux.
A mesma fonte de 1.000lm com uma lente de 23° tem um alcance de 5.000cd (candelas), e terá um resultado de 550 lux medidos a 3 metros.
Aparentemente, olhando as duas fontes elas parecem até iguais, mas como podem observar o resultado é muito diferente.
Como sei o resultado?
Ou eu fiz a conta, ou o fornecedor é bom e consta em seu catálogo. Catálogo bom tem gráfico de distribuição luminosa, além da fotometria e indicação de Fluxo Luminoso e Candela. Com estes dados dá para fazer o cálculo luminotécnico na ponta do lápis. Mas ainda gosto mais de utilizar os softwares de cálculo. Mas para isso o fabricante tem que fornecer o IES. (arquivo digital específico para softwares de cálculo Luminotécnico).
É impossível especificar um produto de iluminação, sem as informações técnicas das suas principais características que são:
- Fluxo Luminoso
- Candela
- Ângulo
- Temperatura de cor aparente da luz (Temperatura Kelvin)
- IRC (em revisão com as novas diretrizes da TM-30)
- E é claro, a potência, sem ela não conseguimos dimensionar os circuitos nem avaliar a eficiência do sistema.
Grande abraço
Silvia Carneiro
É arquiteta e especialista em Iluminação LED
Titular do escritório de Luminotécnica IRIS um olhar para o Futuro.
Consultoria Luminotécnica em Arquitetura & Sustentabilidade.
Atua em projetos Luminotécnicos e cursos de capacitação.
Contato: 55.11.99222.6616