fbpx
Início Mercado Economia Como o mercado imobiliário recebeu o novo índice da FGV de variação...

Como o mercado imobiliário recebeu o novo índice da FGV de variação de aluguel

A plataforma Quinto Andar, que em dezembro de 2020 passou a usar IPCA nos novos contratos substituindo o IGP-M, afirma que está avaliando a utilização do índice nas operações

0

Miriam Leitão, O Globo. A Fundação Getulio Vargas lançou na terça-feira o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), que mede as mudanças de preço levando em conta os contratos fechados.Com esta metodologia, os economistas defendem que há um reflexo mais fiel do que está acontecendo no mercado.

Atualmente, a maior parte dos contratos é reajustado pelo IGP-M. No entanto, em 2021, o índice chegou a 40% no acumulado de 12 meses, porque mediu os efeitos de preços do derivado de trabalho, desvalorização cambial, entre outros. Ou seja, sem nenhuma relação com aluguel. Com a alta, alguns contratos começaram a ser reajustados pelo IPCA.

Nos últimos dias, muitos clientes estão procurando as imobiliárias querendo saber mais detalhes sobre o novo índice da FGV.  O mercado imobiliário considera o IVAR uma boa iniciativa, pois irá refletir com maior assertividade a inflação apenas do aluguel. No entanto, ainda vai levar um tempo para que os novos contratos sejam fechados a partir dele. Lembrando que os antigos contratos não mudam automaticamente, somente se houver acordo entre locador e locatário.

Desde a divulgação do lançamento do índice, João Batista de Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis, tem discutido o assunto com os proprietários. Como o IVAR fechou com valor bem abaixo da inflação, ele acredita que pode trazer muita polêmica na hora da renovação do contrato porque será bom para o inquilino, mas não para o proprietário.

– Talvez essa solução não resolva o embate entre as partes. Vale lembrar que o IGP-M, índice que também considero não ser o melhor para o reajuste, já costuma provocar conflitos como os que aconteceram durante a pandemia. Por isso, a nossa recomendação é sempre procurar o equilíbrio. A negociação é a melhor maneira de locadores e locatários terem um acordo que seja bom para os dois lados.

Matheus de Souza Fabrício, diretor executivo da Rede Lopes e diretor de Relações com Investidores acredita que, por ser um índice FGV, possivelmente passará a ser gradativamente utilizado pelo mercado.

– Para isso, no entanto, é importante que o IVAR passe a cobrir também outras cidades (atualmente são apenas quatro), e que a amostra de locações consideradas para o cálculo aumente consideravelmente, cobrindo assim o cenário nacional – explica ele. No momento, o índice acompanha 10 mil contratos assinados entre inquilinos e proprietários em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Para Nayara Técia, CEO da imobiliária On Brokers, o IVAR protege o inquilino evitando surpresas desagradáveis na correção. Mas, como é recente, as pessoas acabam optando em fechar a locação pelo IPCA, já que o IGP-M disparou.

– O IVAR é mais uma alternativa na relação locador e proprietário e cabe às partes negociar.

Edison Parente, vice-presidente Comercial da Administradora Renascença, não aconselha a adoção imediata do novo índice, pois ainda existem muitas dúvidas acerca do cálculo.

–  Acreditamos que num intervalo de seis a 12 meses, poderemos ter uma ideia do melhor momento para sua adoção.  O IVAR se baseia nos aluguéis apenas residenciais em quatro nas capitais. Há uma dúvida se esta nova ferramenta será justa e irá refletir a inflação de todo Brasil. Só o tempo e a experiência irão nos mostrar.

A plataforma Quinto Andar, que em dezembro de 2020 passou a usar IPCA nos novos contratos substituindo o IGP-M, afirma que está avaliando a utilização do índice nas operações.

– O IVAR/FGV chega como um indicador extremamente importante para o mercado imobiliário, já que o IGP-M e o IPCA não foram criados com essa finalidade – informou, em nota enviada ao blog.

Receba por email, os melhores conteúdos da semana sobre Construção!