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Construção civil terá plataforma inédita para medir pegada ambiental de CO2 e de energia de materiais de construção

Fabricantes de materiais serão os primeiros a usufruir das funcionalidades do sistema, que vai operar com dados nacionais de alta confiabilidade

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No segundo bimestre de 2022, chega ao mercado brasileiro da construção civil o Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), uma plataforma web inovadora que permitirá calcular a pegada de energia e de carbono de produtos de construção fabricados no Brasil.

O sistema permitirá ao usuário conhecer a sua demanda de energia primária e emissão de CO2, do berço ao portão, ou seja, desde a extração dos recursos naturais necessários para fabricar o material de construção até a porta da fábrica. O Sidac é baseado em uma abordagem simplificada da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), focada nas questões ambientais mais importantes para a cadeia de valor da construção.

“Pela primeira vez, teremos no Brasil um sistema que reúne dados de desempenho ambiental de produtos de construção que hoje se encontram dispersos em publicações científicas, relatórios e outros documentos. Os sistemas análogos que usam dados internacionais não representam a realidade brasileira e podem levar a decisões equivocadas”, afirma o professor Dr. Vanderley John da Escola Politécnica da USP, diretor do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), responsável pelo desenvolvimento e coordenação do sistema.

O Sidac terá funcionalidades que permitirão aos fabricantes cadastrar seus inventários de ciclo de vida, submeter seus dados à revisão de especialistas e publicar as declarações de desempenho ambiental de seus produtos. Tudo em uma única solução digital, ‘user-friendly’ e acessível para pequenos e médios fabricantes. “Este é um diferencial inédito no mercado, inclusive internacional”, diz John.

Por ser simples, a plataforma terá um funcionamento dinâmico. Isto é, caso um fabricante tenha alguma melhoria em seu produto ou processo, ele pode, de forma rápida e a custo baixo, calcular seus novos indicadores ambientais e publicar seus dados atualizados. “Este é o ponto fundamental do sistema”, pondera John. 

O sistema nasce do programa Strategic Partnerships for the Implementation of the Paris Agreement (SPIPA), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), financiado pelo Instrumento de Parceria da União Europeia em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza, Segurança Nuclear e Defesa do Consumidor (BMUV, em alemão) e implementado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). 

O Sidac foi concebido a partir de uma visão holística e participativa, que envolveu diferentes atores, entre eles: o MME, o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Eletrobras-Procel, associações de fabricantes de materiais, projetistas e construtoras, entidades ligadas à pesquisa e inovação, entre outros. A ferramenta poderá ser utilizada para elaborar políticas públicas de incentivo à construção sustentável e de baixo carbono.

O CBCS coordena o desenvolvimento do sistema por meio de um comitê científico constituído por um consórcio de universidades e institutos de pesquisa brasileiros, integrado pela USP, IPT, Unila, Unicamp, UFRGS e UFPR. Além do comitê científico integrante do projeto, o desenvolvimento do Sidac conta com o apoio de associações setoriais da construção, representadas em um comitê consultivo.

“Ter uma ferramenta nacional confiável, desenvolvida com base na análise de ciclo de vida e nas normas internacionais e europeias será fundamental para trilhar um caminho de baixo carbono no setor da construção civil, dialogando diretamente com o Acordo de Paris. Acreditamos que o Brasil está dando um passo muito importante e servirá de exemplo para muitos outros países”, afirma o representante da UE, Pedro Ballesteros Torres (Direção-Geral Energia da Comissão Europeia).

“Para enfrentar as mudanças climáticas, um dos pontos fundamentais para o setor da construção civil é reduzir a intensidade energética associada aos processos de fabricação, reduzindo a energia e o CO2 embutidos nesse processo. A ferramenta Sidac vai proporcionar o acesso a essas informações e o aprimoramento dos processos, contribuindo para orientar as políticas públicas, estimulando uma economia de baixo carbono” ressalta o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME, Carlos Alexandre Pires.

O Sidac chega em um momento oportuno no mercado brasileiro da construção e será uma ferramenta essencial para se pensar uma economia mais sustentável e de baixo carbono.

Para conhecer mais sobre o sistema acesse: www.sidac.cbcs.org.br

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