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Desemprego, o fantasma de cada um

Descobrimos nessas horas que o nosso nome, sem o sobrenome da empresa, tem um valor muito menor.

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Durante 44 anos de trabalho o fantasma do desemprego bateu na minha porta por quatro vezes. Por isso gostaria de falar como me senti em diferentes fases da minha vida. Na casa dos 20 anos quando perdi o meu primeiro emprego, o sentimento que mais me abateu foi o financeiro. 

Em momento nenhum duvidei da minha capacidade e de que daria a volta por cima. Minha autoconfiança era inquebrantável. Passaram-se três meses e arrumei outro emprego. Fiquei 20 anos sem o fantasma do desemprego, eu estava “bombando” na carreira, mas a empresa em que trabalhava foi vendida, comigo dentro e tudo mais. Compraram, mas não me levaram! Isso aconteceu quando eu já estava na casa dos quarenta e tantos.

Saí e fui fazer outplacement. Descobrimos nessas horas que o nosso nome, sem o sobrenome da empresa, tem um valor muito menor. Pela primeira vez senti um pouco o peso da idade em um mundo de jovens. Foi uma mistura de vaidade ferida e preocupação financeira. Isso me assombrou bastante.

Como todos, depois de algum tempo desempregado, comecei a duvidar da minha competência. Fiquei nove meses desempregado. Achei novo emprego e trabalhei dois anos como um louco. Fiz uma total transformação na empresa para melhor. Mas mais uma vez a empresa foi vendida e de novo, fui demitido. A demissão foi um forte golpe e eu não estava preparado para isso.

Assim, perto dos 50 anos, mais uma vez reuni todas as minhas forças, todos os meus contatos, fui a todos os happy hours, contatei vários Head Hunters. Além disso, me inscrevi em todos os sites de emprego, do tipo “trabalhe conosco”, e em menos de três meses consegui um novo emprego.

Confesso que não deu muito tempo para me assustar ou fazer uma análise apurada da situação. Passaram-se mais seis anos e fui despedido pela quarta vez, sendo agora com cinquenta e tantos de idade. Também passei pelas fases de luto, negação, maldição e a inevitável aceitação.

Com a idade de 55 anos decidi por entrar para uma consultoria de RH, pois é o único lugar onde cabelo branco não é mandado para asilos. Não poderia ser mais demitido. Foi muito boa a experiência profissional, pois fui trabalhar em uma empresa de Outplacement, mas economicamente um desastre. Abri a minha própria Consultoria, mas ainda não decolou.

Espero que você não se sinta nem incompetente nem desamparado. Faça um CV com ênfase em resultados SMART, se inscreva em sites de emprego e Head Hunters, faça network. Pensamento positivo, cuide do corpo e da alma. Boa sorte.

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