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Guia prático sobre BIM – Parte III: Como entender o BIM sem ser um “Expert” no assunto

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O BIM é usado no “ciclo de vida” de um empreendimento ou de uma edificação virtual desde sua concepção até o estágio de “AS BUILT”, ou seja, “assim como está construída”.

BIM é na verdade toda uma tecnologia de informações, de metodologia de construções. O software é uma etapa do BIM com o objetivo de construir de forma virtual, agregando atividades, arquitetura, estrutura, hidráulica, elétrica, ar-condicionado, etc., de forma a “retornar” uma construção virtual para o usuário.

Em tempo: o termo “retornar” utilizado neste artigo, e mencionado na maioria dos manuais técnicos, é o “resultado da operação do software depois de colocadas as informações”, ou seja, o programa executa as rotinas pré-estabelecidas e produz o resultado, ou “retorna” as informações processadas.

Assim ao operar um software com tecnologia BIM, o objetivo para orçamentação é identificar todos os elementos construtivos, quantificar e ordenar suas informações.

BIM-archicad

O que de fato nos interessa para orçar um projeto é que que as peças construtivas retornem com unidades, dimensões lineares, áreas e volumes de maneira a representar um espelho numérico do projeto.

Nesta plataforma (composta de conjunto de informações e tecnologia) BIM, estaremos “retornando” informações em 3D cartesianamente nos eixos x, y e z.

As dimensões são obtidas vetorialmente.

Os elementos que compõem os projetos serão paredes, pilares, janelas, terreno e lajes bem diferente dos CAD(s), que utilizam linhas e superfícies para representar elementos construtivos.

Aqui reside uma transformação radical de interpretação de projetos, principalmente na área de orçamentação.

Até então, a representação de linhas de uma parede, por exemplo, consistia em duas linhas paralelas em dois eixos (x,y), representadas com indicação de suas dimensões e informação de acabamento.

Em BIM, ao representar uma parede, ela está nos três eixos, e já está definida como elemento construtivo, ou seja, com a definição de seu sistema construtivo (alvenaria, divisória, concreto, etc.). Ela já tem, também, suas dimensões de comprimento altura e espessura, e tipos de acabamentos das faces, bem como elementos de projetos, janelas, portas, vãos, todos já definidos na ocasião de sua inclusão no projeto.

Todas estas informações “retornam” em forma de relatórios contendo todas as peças, dimensões e acabamentos utilizados.

Esta tecnologia, no bom sentido, “obriga” a definir todos os elementos construtivos já em projeto. Assim, quando estamos retornando informações com BIM, significa que estamos quantificando elementos construtivos.

Num único “retorno” as unidades, medidas lineares, áreas, volumes, tipo de material, acabamentos, quantidades e identificação de janela e portas, deste elemento construtivo já estarão quantificadas.

Quando se começa a utilizar o BIM, geralmente esta forma de informação causa bastante resistência, pois nos sistemas tradicionais algumas definições – na ocasião dos pré-projetos, estudos preliminares ou até mesmo em plantas tipo Prefeitura -, ainda não foram “pensadas”. Isto é típico para os acabamentos nobres (“vamos usar mármore, granito ou cerâmica?”) e a metodologia de BIM sofre sérias resistências em sua implantação, pois estas definições já devem fazer parte do elemento considerado.

Há, com certeza, uma forma de atuar: utilizar informações “genéricas”, e somente após sua definição serem finalmente informadas, com a agilidade de uma operação simples. As dimensões já estarão definidas.

Neste ponto é que se qualifica um dos fatores de precisão.

A tendência desta tecnologia será informar elementos construtivos já no projeto preliminar, utilizando no básico/ executivo todas as informações dos complementares, já homogeneizados, e retornando a quantificação precisa, para as precificações (definições de custos e preços).

Até a próxima!

Para acompanhar a série “Guia Prático sobre BIM”, veja também:

Guia prático sobre BIM: 4 Princípios para a quantificação de orçamentos

Guia prático sobre BIM – Parte II: “O que se TEM e o que se QUER”

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Engenheiro civil formado pela Universidade Mackenzie em 1967, trabalhou inicialmente como engenheiro de obras e diretor de construtora; especializou-se na área de gestão de empresas de construção. Em 1984, fundou o SBD (Sistema Badra de Dados & Associados, escritório do qual é diretor até hoje) para prestar consultoria em elaboração de orçamentos de obras com uso da informática. Na década de 1990, foi coordenador e diretor da divisão de informática do Instituto de Engenharia. Atualmente, é um dos principais defensores do uso do BIM (Build Information Modeling, sistema em que o levantamento de quantidade é feito com base em desenhos tridimensionais) no Brasil. Em 2014 a 2017 Assessor da Presidência no Instituto de Engenharia para assuntos de BIM,Coordenou mis de 70 palestras sobre BIM na Engenharia, Palestrante sobre Orçamento com uso de BIM.2015 Reconhecido pelo IBEC e acreditado por International Cost Engineering Council, como Notório Saber em Engenharia de Custo .Tendo em seu acervo mais de 4 milhões de m² de obras orçadas.

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