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Por que contratar serviços de impermeabilização?

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Roofer installing Roofing felt with heating and melting roll of bitumen roll by torch on flame

De forma geral, uma construtora que deseja contratar um serviço de impermeabilização e quer ter garantia da qualidade do serviço da empresa aplicadora, não conta com outras ferramentas além de se servir do maior número de informações cedidas pelas próprias empresas, indicações de terceiros e referências de obras executadas.

Realmente a maioria das falhas acontece na fase de execução e são provocadas pela mão de obra, que sem treinamento, trabalha errado. A qualificação da mão de obra é crucial.

Podemos observar estas falhas em diferentes tipos de edificações e como uma fotografia desta situação, recentemente o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), do governo federal, divulgou o resultado de um relatório de obras em várias cidades do país, do programa de habitação Minha Casa Minha Vida (MCMV) que completa oito anos em 2017.

O documento evidenciou que 48,9% dos imóveis da Faixa 1, apresentaram manifestações patológicas nas edificações, ou incompatibilidade em relação ao projeto. As unidades foram construídas entre 2011 e 2014 e as auditorias foram realizadas entre 2012 e 2014. De um total de 688 empreendimentos (189.763 unidades habitacionais), distribuídos em 110 municípios de 20 estados em todo o país, foram identificadas falhas de execução em 336 projetos, que concentram quase 93.000 unidades.

Os principais problemas são trincas e fissuras (30,8%), infiltração (29%), vazamentos (17,6%) e cobertura (12,3%). O estudo detectou que um mesmo imóvel pode ter apresentado mais de uma manifestação patológica.
Ou seja, além da identificação da patologia “infiltração”, que já incomoda cerca de 27.000 famílias, as outras manifestações podem ser um caminho para passagem de água e incomodar as outras 66.000 famílias.

A exigência de estanqueidade está prevista na ABNT NBR 15575:2013, onde uma das ferramentas é a impermeabilização, que em sendo usada deve atender as normas de projetos, NBR 9575 e a de execução, NBR 9574.
Pois é, precisa existir um projeto com especificação correta do sistema de impermeabilização a ser aplicado. Muitas vezes a impermeabilização acontece sem um projeto, sem procedimentos executivos, sem detalhamentos considerando as interferências particulares de cada situação.

Contratar um projetista de impermeabilização que deve e pode escolher o melhor sistema à cada área a ser impermeabilizada, cria procedimentos que evitam o retrabalho que gera desperdícios e vai minimizar as patologias.

Ressaltamos que para qualquer contratação de serviço de engenharia, é essencial buscar empresas que emitam a ART (Anotação de responsabilidade técnica) ou RRT (Registro de responsabilidade técnica). É a ferramenta para acompanhamento e cobrança das garantias de projetos quanto da execução.

Falando em execução só um profissional treinado sabe aplicar corretamente um sistema de impermeabilização e corrigir eventuais falhas durante o processo da instalação. Um profissional de impermeabilização tem técnica para inferir em todas as fases.

Embora a infiltração, em muitos casos não seja aparente, a falta de estanqueidade pode afetar locais de difícil acesso e visualização, o que aumenta o risco à estrutura do imóvel e, consequentemente, à vida humana, tanto em relação à saúde, como à integridade física. Justamente e especialmente por isso, é um problema que não deve ser menosprezado e faz toda a diferença na qualidade de vida dos brasileiros.

A prática demonstra que é necessário contratar empresas que também atendam às questões ambientais, em conformidade a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que regulamenta critérios e procedimentos para gestão de resíduos da construção civil.

Atendidas estas necessidades, acrescentamos algumas dicas para orientar aos interessados em contratar uma execução de serviço de impermeabilização.

  1. As empresas de impermeabilização, devem efetuar uma inspeção prévia para avaliar as áreas e apresentar um orçamento baseado no projeto e detalhando como será executado, quais os produtos utilizados, as etapas e os prazos para conclusão, bem como o custo total dos serviços.
  2. Certifique-se de que as empresas explicitem as garantias para o caso do trabalho não for bem executado e as infiltrações persistirem ou causarem outras dificuldades.
  3. Não para por aí, temos ainda as recomendações da norma regulamentadora de segurança do trabalho, a NR-18, que exige o cumprimento da NBR 9574, para atividades de impermeabilização onde os aplicadores não podem dispensar o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), entre os quais podemos citar: botas, luvas (de raspa de couro, de PVC ou borracha), óculos de segurança, capacete, máscara de proteção e uniforme com calça e mangas compridas, aplicáveis a cada situação do sistema de impermeabilização a ser instalado.

Normas a serem consultadas

ABNT NBR 9575:2010 – Impermeabilização – Seleção e projeto
ABNT NBR 9574:2008 – Execução de impermeabilização
ABNT NBR 16366:2015 – Qualificação de pessoas para a construção civil – Perfil profissional do Impermeabilizador
ABNT NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

 

Eng. Civil MSc Marcos Storte,

Diretor técnico da A2S Engenharia e Perícias
[email protected] – www.a2s.consultoria.com.br

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Professor na pós-graduação lato-sensu, nos cursos de patologia nas obras civis e de patologia na Impermeabilização, desde 2006, em diversas cidades do Brasil. Autor do livro "Látex Estireno Butadieno - Aplicação em Concretos de Cimento e Polímeros" Atuante desde 1978, com o conhecimento construído em atividades técnicas na criação, desenvolvimento e normalização de produtos ao mercado e de gestão em consultoria na área de tecnologia de impermeabilização de edificações residenciais, comerciais, industriais e de saneamento, proteção às estruturas de concreto e atenuação ao ruído de impacto entre lajes, elaborando projetos, procedimentos executivos, treinamentos “in company”, fiscalização de obras, objetivando dirimir dúvidas e possibilitando a implantação dos conteúdos dos projetos e normalizações, sempre com o alto padrão de excelência. Palestrante com mais de 60 trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais com inúmeros artigos técnicos e matérias publicadas sobre proteção às estruturas, impermeabilização e isolação acústica, bem como atuante em comissões de estudo da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, CB 2 - Construção Civil; CB 22 – Impermeabilização e CB 90 – Qualificação de pessoas. Diretor Técnico da A2S Engenharia e perícia.

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