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Por que dividimos a concretagem da estrutura em duas etapas?

Saiba por que as construtoras executam a concretagem de tal maneira e as vantagens em se optar por essa metodologia

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A grande maioria das construtoras divide a concretagem da estrutura de concreto armado em duas etapas: Na primeira etapa são concretados somente os pilares (até a cota do fundo de viga). E após alguns dias de trabalho, concretam-se as vigas e lajes.

Mas por que não concretamos pilares, vigas e lajes numa etapa só? Por que dividimos dessa maneira? Quais são as vantagens dessa prática?

A Norma Brasileira ABNT NBR 14931:2004 – Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento, traz um ótimo conteúdo sobre os procedimentos executivos, porém não cita essa divisão de concretagem em duas etapas.

Como a norma não esclarece objetivamente, podemos dizer, então, de que a concretagem em duas etapas trata-se de “boas práticas do mercado”: quando a boa parte das construtoras executam de tal maneira e detém o conhecimento de que é uma boa metodologia vantajosa a ser seguida.

Mas vamos direto ao assunto e vou explicar alguns fatores favoráveis do por que preferimos essa metodologia (lembrando que estamos falando do concreto convencional, usinado, slump de mercado e o principal: adensado com vibrador de imersão):

  1. Favorece a cura do concreto dos pilares. Só por esse motivo já poderia ser considerada como a melhor metodologia. O fato de concretar o pilar e ficar sem desformar por no mínimo dois dias, a própria forma evita a perda de água, favorecendo a sua cura. Se concretamos tudo numa única etapa, os pilares são desformados logo ao dia seguinte sendo que muitas vezes com sua idade um pouco mais de 12 horas. Na maioria dos casos, quando isso acontece, não é realizada a cura desses elementos verticais da maneira correta (salvo as concretagens os finais de semana).
     
  2. Outro fator importantíssimo: favorece a qualidade do adensamento dos pilares, pois neste caso, como ainda não temos a armação das vigas e lajes posicionadas, a seção do pilar fica completamente livre e desimpedida para descer o mangote do vibrador. Se concretamos tudo numa única etapa a incidência da armadura negativa de vigas às vezes é tão grande que impede a passagem do concreto fazendo com que o vibrador não consiga descer pelo pilar, muito comum ver falhas de concretagem e bicheiras. Portanto um adensamento correto dos pilares favorece o funcionamento da estrutura que chamamos de desempenho estrutural.
     
  3. Reduz o volume de concreto no dia da concretagem das vigas e lajes. Pode parecer um tanto óbvio, mas o grande benefício é que reduz consideravelmente o tempo de concretagem se compararmos concretar pilares-vigas-lajes-escada em um único dia. E com isso melhora a condição de trabalho dos operários, melhora a qualidade do adensamento dos elementos estruturais, reduz o estresse do ambiente, reduz a quantidade do número de betoneiras.
     
  4. Estabilização do sistema de formas: concretando os pilares antes, o conjunto do sistema de formas fica muito mais estável favorecendo a segurança do conjunto no momento de concretar as vigas e lajes. Lembra toda aquela movimentação de pessoas? E as “pancadas” do funcionamento da bomba? Com os pilares já concretados o conjunto fica muito mais rígido e estável.

E você? Como tem concretado a sua estrutura? Numa única concretagem ou em duas etapas?

Sou Eng. Rogério Sato, especialista em execução de estruturas com ênfase em sistemas de formas de madeira e projetista de forma de madeira.

Desejo a todos uma boa obra!

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