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Reciclagem na construção civil

A retomada das atividades do setor com mais lançamentos e interesse real dos compradores deve ser acompanhada pela melhoria efetiva dos padrões construtivos, com investimentos necessários

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Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), apenas 20% dos resíduos da construção são aproveitados no Brasil, muito abaixo dos níveis de países europeus, nos quais a reciclagem atinge 98%.

Por A Tribuna. A indústria da construção civil no Brasil ainda opera em bases artesanais, ao contrário de outros países. O uso de pré-fabricados é bastante limitado nas estruturas dos edifícios, e processos modernos no acabamento são pouco utilizados. Valoriza-se ainda a utilização intensiva de mão de obra, na qual não se investe em treinamento e capacitação efetivos. O resultado é a baixa produtividade, que penaliza construtores e incorporadores. Além disso, os produtos finais não têm, em muitos casos, a qualidade exigida, com problemas no pós-obra que afligem os compradores, nem sempre resolvidos a contento. 

A retomada das atividades do setor, que se anuncia agora, com mais lançamentos e interesse real dos compradores, deve ser acompanhada pela melhoria efetiva dos padrões construtivos, com investimentos necessários. Uma das iniciativas positivas nesse sentido é a reciclagem dos resíduos produzidos na construção de prédios. Historicamente, trata-se de área negligenciada, com o descarte sistemático e abundante das sobras, sem preocupação quanto ao aproveitamento.

Empresários do setor, por meio do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), estão se articulando com a agência ambiental paulista, a Cetesb, e convênio entre as partes foi assinado em outubro para rastrear e reaproveitar os resíduos de obras de construção e demolição.  

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), apenas 20% dos resíduos da construção são aproveitados no Brasil, muito abaixo dos níveis de países europeus, nos quais a reciclagem atinge 98%. Descartar materiais das obras como inservíveis é erro monumental, já que implica custos cada vez maiores para os construtores, despendidos na coleta, carregamento e principalmente transporte, e obriga a existência de áreas para recebê-los, nem sempre preparadas e adequadas, gerando problemas ambientais. O lançamento dos resíduos de modo clandestino e irregular é, por outro lado, a perigosa e inconveniente solução adotada. 

Investir no reaproveitamento é, portanto, atitude sensata e responsável. Em Santos já existe um programa municipal de gerenciamento dos resíduos da construção em vigor desde 2013, e que, segundo a Prefeitura, já deu descarte correto a 1,9 milhão de metros cúbicos de entulho. A iniciativa é importante, mas precisa ser complementada com ações nos próprios canteiros de obras, nos quais é possível reaproveitar argamassas e outros materiais.  

De um lado, é preciso assegurar que grande parte dos resíduos seja reciclada nas próprias obras; de outro, o cuidado deve ser para o encaminhamento para locais de reaproveitamento (como é o caso das pontas de aço e do alumínio) ou para áreas que estejam preparadas para recebê-los.  

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