O concreto para execução de piso é o concreto mais exigente do nosso dia a dia. E é sobre ele que vamos nos entender hoje.
É comum se perguntarem o porquê de tanto cuidado exatamente com o concreto do piso. A resposta é simples:
Para o cliente, o piso é entendido como o equipamento horizontal de apoio para todo o funcionamento do edifício industrial ou de varejo.
Quando este equipamento apresenta deficiência, toda a operação do edifício é perturbada ou comprometida, com geração de prejuízos. Imagine uma trinca ou um buraco no meio do caminho onde vinte empilhadeiras trabalham o dia todo em alta velocidade e calcule o custo direto da perda de produtividade. Agora, multiplique este valor por sessenta meses. Você vai levar um susto!
As modernas técnicas de desempeno mecânico do concreto do piso são práticas, produtivas e permitem a obtenção do acabamento de superfície desejado pelo mercado.
A variável que aqui se introduz é a característica do concreto, que pode ser adequada, ou não, para realizar o trabalho.
A operação de polimento do concreto com o bambolê cria um movimento de sucção que traz a água para a superfície e cria uma pasta cimentícia com a qual se obtém regularização e lustro. Quando endurecida têm-se uma lâmina rígida e resistente como acabamento. A delaminação é a soltura de parte desta lâmina por ação da água que tenta fugir do maciço, é impedida e forma um vazio sob esta mesma lâmina, provocando a sua ruptura e o consequente desplacamento, ou delaminação. Observe que as fissuras e desplacamentos ocorrem onde houve polimento, mas pouca patologia se nota nas áreas de acabamento camurçado obtido com o discão.
A evaporação da água do concreto deixa canículos em seu interior. A massa, lotadona de canículos que vão até a superfície, fica parecendo um queijo suíço com os poros ligados na vertical. A resistência à tracão é prejudicada e se torna insuficiente para resistir as tensões de retração. A peça trinca. Tudo por conta da movimentação de fuga d’água, a tal exsudação.
É por esta razão que as normas limitam a exsudação do concreto para pisos. Mas limitam pouco.
O concreto ideal para a produção de pisos é aquele com exsudação zero. Há pouco tempo isto era muito difícil de se obter e de se operacionalizar nas usinas de concreto com garantias de repetibilidade, mas hoje, não.
No concreto com exsudação zero a água muda da forma líquida para gel e sua associação com o cimento promove coesão e viscosidade. Este gel coeso e viscoso, além de não exsudar, mantém os agregados miúdos e graúdos em suspensão, no melhor estado de compactação possível e desejável.
E tudo fica ali, estático. Não há movimentação interna de materiais e nem de água. Nada decanta.
Assim, toda aquela história negativa de canículos, fissuras e desplacamentos fica com o fato gerador zerado. A tendência de fissuras e delaminações é drasticamente reduzida. É óbvio que todos os parâmetros e limites determinados pelo projetista devem ser obedecidos. Aqui abordamos exclusivamente uma característica do concreto no estado fresco que quando zerada reflete positivamente em todo o resultado do trabalho e satisfaz a expectativa de desempenho imaginada pelo cliente.
Assim, toda aquela história negativa de canículos, fissuras e desplacamentos fica com o fato gerador zerado. A tendência de fissuras e delaminações é drasticamente reduzida. É óbvio que todos os parâmetros e limites determinados pelo projetista devem ser obedecidos. Aqui abordamos exclusivamente uma característica do concreto no estado fresco que quando zerada reflete positivamente em todo o resultado do trabalho e satisfaz a expectativa de desempenho imaginada pelo cliente.
Finalizo como sempre termino:
Bom piso é o encontro do bom projeto e do concreto correto com a mão de obra empenhada em fazer certo.
Edson Petronilho
Consultor de concreto na PETRONILHO & ENGENHEIROS ASSOCIADOS, tem uma vida inteira dedicada à tecnologia do concreto e à viabilidade de suas aplicações.