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Saiba como o orçamento da obra impacta o valor final de imóveis

O orçamento é o principal documento fiscal de uma obra. Portanto, se uma demora de fato a começar, lá na frente, a conta paga na prática tende a ser mais alta que a idealizada.

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Carla Matsue, Valor Investe – Quem já fez alguma construção ou reforma, mesmo pequena, sabe que é muito difícil manter os gastos dentro do orçamento planejado. Não é raro ouvir que algum problema – ou vários – aumentou o tempo inicialmente planejado para a obra e, a reboque, o custo final.

Uma das principais vilãs nesse mecanismo é a inflação. Ao longo do tempo, preços vão subindo. Ou seja, quanto mais demora para a obra se concluir, mais os materiais envolvidos no projeto vão subindo de preço. A inflação medida pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil) variou 0,33% em agosto. Com este resultado, o índice acumula alta de 8,80% no ano de 2022 e 11,40% em 12 meses. Já o índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de 0,60% em julho para 0,14% em agosto.

O orçamento é o principal documento fiscal de uma obra. Portanto, se uma demora de fato a começar, lá na frente, a conta paga na prática tende a ser mais alta que a idealizada.

Esse mecanismo, por sua vez, afeta diretamente o mercado imobiliário. Ainda mais se, além da inflação, os juros estiverem subindo ao longo do tempo. Comprando com crédito, o valor dos materiais pode acabar também sendo maior na prática por esse canal. E o aumento dos insumos, cimento, areia e pedra brita, é dos principais vetores desse processo, sendo responsáveis por 80% dos custos.

“Os insumos e a mão de obra sofrem impactos durante a construção, isso gera mudanças no orçamento, mas é escolha do construtor determinar se o valor será repassado ao comprador”, destaca Edson Poyer, Diretor de Marketing da 3F Group.

De acordo com Poyer, as obras devem começar assim que o projeto estiver aprovado. Quando feito através de uma construtora, o responsável pelo projeto é quem aprova o início da obra, já em casos de obras públicas, a decisão é tomada pelo próprio órgão público responsável.

“O custo do projeto varia e não é fechado logo de início, pois é preciso pensar em valores desde o primeiro dia da construção até o último. Atrasos em aprovação de projetos e entrega de materiais podem aumentar as contas”, exemplifica Poyer.

Como se prevenir?

Para evitar revisões desnecessárias no orçamento e taxas ainda maiores, o ideal é que o projeto seja aprovado e o orçamento esteja pronto na mesma época, para começar a obra o quanto antes. Se a construção começar após dois ou três meses, os custos são reavaliados.

Uma dica importante que pode ajudar a controlar os gastos com a obra é calcular o preço e organizar os prazos de entregas, para que sejam próximos ao planejado para usar o material.

Em casos onde o valor é reajustado, Poyer explica que normalmente a construtora não quer perder a margem de lucro e acaba repassando o valor excedente ao cliente final. No caso de obras públicas, o construtor licitado, prova o aumento de preço e pode pedir uma correção no valor combinado anteriormente, aí fica na responsabilidade do órgão público arcar com o excedente.

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