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Casa Verde e Amarela pode alavancar cadeia da construção civil

As expectativas são para o limite para a construção de até 250 unidades por Estado, sendo que o edital do Casa Verde e Amarela delimita a contratação de 2 mil imóveis em todo o País

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Emelyn Vasques, Diário do Comércio. Novos editais do programa Casa Verde e Amarela para a construção de unidades habitacionais para famílias de baixa renda em todo o Brasil podem movimentar empregos e toda a cadeia produtiva da construção civil. É o que afirmou o presidente da Câmara da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Geraldo Linhares, após o anúncio do governo federal para a retomada de investimentos que darão forma a novas moradias.

As expectativas são para o limite para a construção de até 250 unidades por Estado, sendo que o edital, que ainda não tem previsão para ser lançado e pode beneficiar a população mineira, delimita a contratação de 2 mil imóveis em todo o País.

As informações cedidas pelo secretário nacional da Habitação, Alfredo Santos, em entrevista à Folhapress, em reportagem assinada por Idiana Tomazelli, dão conta de que o edital já está em andamento e deve priorizar áreas com infraestrutura já desenvolvida para o atendimento à população no que tange aos acessos à saúde, à educação e a vias de passagem existentes e com ligação aos centros urbanos. Além disso, conforme declarou à Folhapress, o governo federal espera que as prefeituras municipais cedam terrenos onde os novos conjuntos serão estabelecidos.

De acordo com Geraldo Linhares, em Minas Gerais, as construções em cidades-polo podem se mostrar mais favoráveis para o atendimento às exigências do governo. Outra estratégia seria a divisão de moradias em diferentes terrenos em grandes centros urbanos. De toda forma, ele avalia que o investimento será importante para a construção civil e também para as famílias com faixa salarial de até R$ 2.000,00 que não conseguem comprar imóveis neste momento devido a mudanças nos programas de financiamento.

“Eu acreditei que passaríamos os quatro anos do governo atual sem novas construções. Mas agora o governo está propondo conjuntos menores e sem a necessidade de viabilização de novas redes de água e esgoto e pavimentação, que costumam encarecer os empreendimentos. E o mais importante é a atitude de atuar nessa faixa, que ficou totalmente fora. Hoje, o comprometimento de renda exigido dessas famílias é menor, entre 21% e 22%. Antes, era 30%. E a medida coloca essas famílias de novo dentro de um programa de moradia”, disse.

Para a construção civil, Linhares lembra que a construção de 100 unidades habitacionais representa a geração de 150 empregos diretos e outros 450 indiretos, além da movimentação de outros 97 setores que fazem parte da cadeia produtiva da construção.

Entraves para as construções

Ainda de acordo com o presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg, um ponto de atenção é a inflação sobre insumos que são a base para a construção civil. Apenas no início de março, Linhares recorda que a alta sobre o concreto foi de 11%, sendo que, a partir do próximo 28 de março, mais uma variação positiva de 18% incidirá sobre o produto. A essas altas, somam-se, ainda, aquelas tidas como reflexo do preço dos combustíveis. Movidos a diesel, os equipamentos usados para a terraplanagem e toda a movimentação de materiais retirados das obras (bota-fora) representarão custos mais altos para as empresas do ramo.

Com o cenário atual, as condições para aquelas organizações que participam do pleito de obras de moradia serão determinantes para a concorrência e a própria viabilização do projeto do governo federal.

“Eu estava percebendo preços mais pacificados. Mas veio a guerra e o petróleo está disparando e incidindo sobre o combustível e, consequentemente, no concreto. A areia subiu, a brita subiu, os custos de transporte. Então é necessário verificar se os preços do edital são compatíveis com os preços de custos. Nessa faixa, o lucro das empresas com a construção é muito baixo. E se o preço de venda não estiver compatível, as empresas não irão arriscar para trabalhar com a rentabilidade baixa e correndo o risco em um programa que não tem realinhamento”, analisa Linhares.

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