Circe Bonatelli, O Estado de S. Paulo. A AHS Residential, subsidiária do grupo MRV nos Estados Unidos, deve ganhar um sócio de peso nos próximos três a quatro meses. A companhia planeja investir R$ 6 bilhões nos próximos cinco a seis anos, com o intuito de se tornar a maior construtora do segmento de locação residencial por lá. Mas, para isso, precisa de um parceiro para assinar o cheque.
Conforme revelou a Coluna em março, a MRV contratou dois bancos – BofA e BTG Pactual – para buscar esse nome. Os executivos estão fazendo a apresentação dos negócios (roadshow) a investidores e têm encontrado interessados, segundo o presidente da subsidiária, Ernesto Lopes. Além dos recursos, a ideia é que o sócio também contribua com conhecimento do mercado norte-americano e tenha boa reputação em todo o país.
Dinheiro do sócio será usado para fomentar crescimento
O futuro sócio ainda vai encontrar uma empresa de cara nova. A companhia vai anunciar na quinta-feira (26) seu novo nome: Resia, marca inspirada no termo “residencial”. Com isso, abandonará o termo AHS, que vem de American Housing Solutions. Havia conflito em usar a sigla por lá por conta de uma empresa de seguros para eletrodoméstico com as mesmas iniciais.
O dinheiro do sócio será usado para fomentar a Resia, que constrói condomínios de prédios com apartamentos para locação a famílias de classe média e posterior venda dos empreendimentos inteiros a grandes fundos. Em 2021, foram entregues 1,2 mil apartamentos e em 2022 serão 3 mil. A escalada prevê 5 mil em 2024, 8 mil em 2026 e 12 mil em 2027
A Resia já atua nos Estados de Flórida, Georgia e Texas. Logo chegará ao Colorado e mais adiante, ao Arizona e no distrito de Washington. Se o plano de crescimento for confirmado, isso a tornará a líder do segmento nos Estados Unidos. Hoje, ela está na 21ª posição, segundo ranking da National Multifamily Housing Council.
Transação deve avaliar a empresa em cerca de U$ 2 bi
A MRV detém 95% da Resia, enquanto os 5% restantes estão nas mãos dos executivos e fundadores da companhia, entre eles Lopes. O futuro sócio terá uma posição minoritária. A expectativa é que a transação avalie a AHS em algo próximo de US$ 2 bilhões. Hoje o valor líquido do ativo (NAV, na sigla em inglês) está em US$ 677 milhões, ou 3,6 vezes mais que há três anos, quando a MRV comprou a empresa dos fundadores.