A Cohn & Wolfe realizou recentemente uma pesquisa sobre a “autenticidade” das marcas. Foram avaliadas 1600 marcas em entrevistas realizadas com 12 mil consumidores em 14 países. As perguntas se referiram a 23 atributos, entre eles confiabilidade, qualidade de produtos e serviços, respeito ao consumidor, honestidade e genuinidade.
No ranking global, a marca considerada mais autêntica foi a Disney, seguida por BMW, Microsoft, Amazon, Apple, Intel, Audi, Samsung, Adidas e Lego.
No Brasil, o resultado da pesquisa apontou que 81% dos entrevistados acreditam que as marcas não são honestas e transparentes. Segundo eles, as marcas “não entregam o que prometem”, em um visível descompasso entre a comunicação e o mundo real.
Após olhar esses números, fiquei pensando como seria o resultado se pesquisássemos o setor da construção no Brasil. Desconfio que a rejeição seria ainda mais contundente.
Faz tempo que construir ou reformar um imóvel está associado a problemas e dores de cabeça. A distância entre o que é prometido e o que é entregue é muito grande. Problemas de prazo e de estouro de orçamento, qualidade dos serviços, dos materiais, dificuldade para contratar uma mão de obra competente e confiável, todas essas são questões que amedrontam quem está pensando em começar uma obra.
O setor da construção perde imensamente com esse quadro. Indústrias mais competentes (celulares, veículos, eletroeletrônicos…) avançam nos bolsos dos brasileiros absorvendo recursos que poderiam ser usados para melhorar a habitação ou o lugar de trabalho.
Já é hora do setor se unir e iniciar o resgate da engenharia, da arquitetura e das marcas que participam deste gigantesco mercado. Caso não façamos isso, o processo de afastamento do consumidor da construção, reforma e da aquisição da casa própria vai se acentuar.
Em tempo: o Boticário foi considerada a marca mais autêntica do Brasil, seguida pela Bombril.