Rafael Vazquez, Valor Econômico – A queda de 0,8% da construção no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, reforça a preocupação da Câmara Brasileiro da Indústria da Construção (CBIC) com a dificuldade apresentada para renovar os negócios do setor. Na avaliação da economista da entidade Ieda Vasconcelos, a taxa de juros em patamar alto, atualmente em 13,75%, é o maior obstáculo.
“É uma queda em relação ao final do ano passado que já tinha registrado declínio no setor. É preocupante”, disse Ieda ao Valor. “O resultado mostra a dificuldade da construção de renovar o seu ciclo de negócios em função do alto patamar da taxa de juros. Temos manifestado essa preocupação desde o ano passado”.
A economista comenta que, no fim do ano passado, já havia revisado a previsão de crescimento da construção para 2023 de 2,5% para 2% e adianta que o resultado do primeiro trimestre vai incentivar uma nova revisão com viés de baixa.
“Os números positivos da construção na geração de empregos, por exemplo, se devem as vendas e lançamentos dos últimos dois anos. Mas os novos lançamentos caíram 30% nesse primeiro trimestre”, diz, acrescentando que a taxa de juros, no nível atual, é um entrave para o financiamento imobiliário.