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OEC e PowerChina assinam acordo para disputar grandes obras

O acordo foi firmado por Hector Núñez, presidente da Novonor (OEC), que participou da comitiva brasileira que viajou à China

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A PowerChina (Power Construction Corporation of China) é uma gigante chinesa do ramo de construção, presente em 130 países. No Brasil, a companhia já opera alguns contratos, por exemplo, as obras de extensão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo e diversos contratos no setor elétrico.

Taís Hirata, Valor – A OEC (ex-Odebrecht Engenharia e Construção) e PowerChina assinaram um convênio, nesta quarta-feira (29), para disputar novos projetos em parceria. O acordo foi firmado por Hector Núñez, presidente da Novonor (ex-Odebrecht) e representantes da estatal chinesa. O executivo participou da comitiva brasileira que viajou à China.

O objetivo é que as companhias participem como sócias em concorrências de grandes obras de infraestrutura no Brasil. A princípio não há a intenção de criar uma plataforma conjunta. As empresas deverão ser parceiras apenas nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) criadas para cada projeto conquistado. Hoje, já há alguns ativos em estudo pelas companhias, afirmou uma fonte de mercado, sem dar exemplos. O foco será apenas em obras, e não concessões de infraestrutura.

As conversas entre OEC e PowerChina tiveram início há mais de um ano. A ideia do acordo é “adiantar” a governança da parceria, diz a fonte. Dessa forma, uma vez que uma concorrência interessante for lançada, as empresas terão mais agilidade para estruturar sua proposta. No mercado de infraestrutura, os grupos estatais chineses são conhecidos por ter uma tomada de decisão bastante lenta.

A construtora do grupo Novonor já vinha buscando sócios para disputar negócios específicos há ao menos dois anos. Quando a estratégia foi anunciada, em 2021, houve rumores de que a companhia estaria à venda — uma hipótese sempre descartada pelos controladores.

Para a OEC, a ideia de atrair sócios se tornou uma necessidade, já que contratos grandes de engenharia demandam um volume elevado de capital, e o grupo ainda enfrenta dificuldade financeira e restrição de acesso a crédito.

A construtora é apontada como o principal veículo de recuperação do grupo Novonor. A empresa ainda está longe do patamar que já ocupou no passado, mas tem conseguido voltar a conquistar negócios e ampliar sua receita. Em 2022, o faturamento da OEC foi de R$ 4,6 bilhões, alta de 65% na comparação com o ano anterior.

A carteira de projetos (“backlog”) também tem se renovado. No ano passado, foram adicionados R$ 6,2 bilhões em novos contratos. Hoje, o estoque de obras da OEC está em R$ 16,9 bilhões (equivalente a cerca de US$ 3,28 bilhões), segundo uma apresentação feita recentemente pela empresa a investidores, ao qual o Valor teve acesso.

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