Uma árvore fecunda, que gera e produz excelentes frutos no menor tempo possível, é o resultado de um conjunto de coisas favoráveis, tais como sabemos: um bom solo, espaço disponível, boas condições climáticas e acima de tudo, a colaboração de todos em seu entorno para que não a impeçam de ser quem é, através da sua única e própria capacidade performática do que nasceu para fazer, com louvor, para usufruto alheio. Uma árvore fecunda, que serve, é linda, é feliz. Não sei vocês, mas eu, quando vejo uma árvore brutalmente podada, restrita, improdutiva, ressecada, queimada, fraca e impossibilitada de ser quem veio ser, sinto sua tristeza. A tristeza mora na incapacidade do ser.
A inteligência observada na natureza é um espelho para nós. Nós somos como as árvores. Se as condições do entorno não nos permitem ser quem somos e não favorece o exercício de nossos talentos, se o ambiente nos oprime e não nos reconhece em nossos dons, a felicidade não coexiste. E, sem felicidade não há alta performance, não há prosperidade e nem abundância de recursos para todos os envolvidos.
1º ponto importante
A prática da felicidade é uma via de mão dupla. Se favoreço a felicidade do outro, tenho o privilégio de saciar seus lindos frutos e saciando os bons frutos, tenho forças, alegria e motivos para gerar meus próprios frutos. A elegância do respeito, da gentileza e do favorecimento do que há de melhor do fluir do outro, o exercício do dar e receber em alta conta, traz felicidade. Você, no seu trabalho e/ou na vida, como tem favorecido a felicidade das pessoas que convive enquanto você trabalha e vive?
Se convivo com uma árvore figueira para todos os dias lhe dizer que seria fantástico vê-la produzindo maçãs, por ser para mim a fruta mais gostosa do mundo, exerço poderes para sangrá-la aos poucos, dia a dia, e nesta tristeza fico sem figos e sem maçãs. Se quero maçãs, tudo bem, providencio a macieira e ofereço e libero a figueira ou os figos, sem diminui-los, para quem os aprecia.
2º ponto importante
Temos todos liberdade de preferências e nossas escolhas não precisam anular as preferências do outro, tudo pode coexistir de maneira harmônica. Para bem conviver com as pessoas não é fundamental que tenhamos idênticas escolhas. Não é preciso combater o outro porque o outro é diferente. As diferenças não são ameaças. Saber observar e apreciar as diferenças gera felicidade e auto permissão para ser quem somos, merecidamente do jeitinho que somos. Você, no seu trabalho e/ou na vida, enxerga as diferenças com curiosidade, leveza e por isto também se sente pertencendo e valioso, como uma peça única de outras únicas na mesma engrenagem?
Respeitar as diferenças com alegria e favorecer a felicidade do outro são itens que por si só já nos trazem um sorriso amoroso no rosto e sorrir, você sabe, dispara química e automaticamente os hormônios da felicidade em nosso sistema corpo, mente e espirito e, nessa paz de espirito, sentimos amor. Amor próprio, amor pelo outro, amor ao trabalho, amor a vida. Vale a pena e faz sentido viver assim… felizes e sabedores que todos tem um papel no mundo e que cada um é responsável pelo seu papel. As críticas e os julgamentos são só um desvio de conduta que distrai daquilo que realmente deve ser feito. A vitimização também. Ao criticar, julgar e vitimizar paralisamos tudo aquilo de bom que nos espera fazer.
Destaco um ponto de atenção: fazer pelo outro não é favorecer o outro, fazer pelo outro pode significar que critico e julgo o outro e que não acredito que o outro pode fazer por si mesmo. Fazer pelo outro é colocar-se com poder e superioridade com a intenção de controlar tudo e me sentir mais poderoso, maior e o outro menor, diminuido. Cada um fazendo o que veio fazer em um ambiente onde todos favorecem a cada um exercer seus papéis e responsabilidades traz a força do conjunto e é na força do time que os resultados que geram felicidade acontecem.
Se quero sempre ser maior que o outro, diminuo o outro mesmo quando me coloco servil ao outro. Se inconscientemente escolho pessoas para ter por perto para constantemente garantir que sou mais e que nada preciso trocar ou receber não colaboro para um sistema que vive bem-estar e progressos. Na vida há espaço para todos conquistarem tudo aquilo que é bom para si e para o próximo. O melhor do outro não irá eliminar o melhor de nós! Somos diferentes com objetivos em comum: Sermos prósperos e felizes!
3º ponto importante
Toda vez que os resultados do seu viver, no dia a dia, não estiverem produzindo tudo aquilo que você admira e almeja viver e/ou tudo aquilo que se comprometeu entregar, certifique-se se seus pensamentos, sentimentos, falas, discursos e ações não estão voltando para aquilo que te afasta dos seus objetivos. Pergunte-se: Isto que estou pensando me leva ao que objetivo entregar? Isto que estou sentindo me ajuda a realizar o que espero e me comprometi entregar? Isto que estou falando ou fazendo está coerente com o que sou e com o que quero ser?
O tempo no trabalho e na vida é precioso e nossa capacidade de inteligência altamente performática traz felicidade e tudo aquilo que nos afasta do que estrategicamente é o bom e o bem são bobagens vaidosas. Livre-se delas todo dia e cada dia mais. Nossa forma de pensar, sentir, falar e agir pode ser reeducada e só depende do desejo e do treino.
Por motivos altamente compreensivos, o ser humano, ao longo dos tempos, associou o sentido do trabalho e o sentido da vida ao sacrifício, ao esforço desmedido, à luta, ao combate. Talvez porque nos primórdios, usando forças físicas, correndo, atacando, gritando, se defendendo e intimidando vítimas na lida da caça para sobreviver éramos ainda desprovidos da capacidade elevada e sutil dos valores e virtudes de caráter como humildade, amor, gratidão, generosidade, compaixão, por pura contingência. Se hoje, com as possibilidades ampliadas e com gratidão a tudo como foi porque nos trouxe ao que hoje nos é privilégio, pensarmos em trabalho e vida como autorrealização e não como fardo, ganhamos saúdes e felicidade.
4º ponto importante
Treine diariamente suas virtudes no trabalho e na vida. Encontre em cada pensar, sentir, falar e agir um propósito de realização. Explore e busque o exercício das forças de caráter e receba cada desafio como uma possibilidade de imprimir a sua marca no mundo com a beleza, a satisfação e o orgulho de ser quem você é. Você tem um papel no mundo e pode exerce-lo lindamente através das suas forças. Ir trabalhar, acordar para viver a vida todos os dias, com foco no que não pode acontecer não traz felicidade. Você, no seu dia a dia, recheia seu ser com as coisas maravilhosas que podem chegar até você? Suas ações são um fluxo de atividades sequenciais fecundas que levam você, os seus e o mundo para um lugar melhor?
Aristóteles defendia que a felicidade é a finalidade das ações humanas, bem como é o maior bem desejado pelos homens. Ele também defendia que o bem é aquilo que todas as coisas tendem no mundo. Para Platão, principal discípulo de Sócrates, que considerava que todas as coisas tinham uma função, uma alma feliz era aquela que exercia o bem, o justo, o virtuoso. Podemos concluir que felicidade está no dever cumprido e na prática do bem através do exercício diário das capacidades de um bom caráter.
Se a cada dia exercitarmos ainda mais os valores de caráter, aqueles modus operandi que nossa família ou empresa enchem o peito para declarar valia nos comportamentos declarados de outrem que chegaram a conquistas e vitórias, a felicidade habitará em nós e colaboraremos contaminando outros com o mesmo elixir que tanto faz prosperar.
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